Ser policial militar e morar em áreas dominadas pelo tráfico de drogas não é uma combinação segura. Infelizmente, inúmeros policiais moram com suas famílias em área de risco e por segurança, para não serem identificados, são obrigados a esconderem a profissão. Os cuidados se estendem até na hora de colocar o uniforme para secar. Por esse drama, passou o policial militar X, que foi abrigado com sua família pela Caixa Beneficente da Polícia Militar, em um dos imóveis que a instituição mantém para auxiliar os PMs nessa situação. O tráfico de drogas acabou chegando ao bairro onde X nasceu, cresceu e escolheu para morar com sua família. Devido à profissão, foi obrigado a sair de casa com a família.
“Desde pequeno sempre havia questões de violência, mas não havia nada relacionado ao tráfico de drogas. Eu construí a minha casa lá, investi um bom valor e é lá que morava toda a minha família. Eu nunca tive problemas por aquela região. Porém, eu nunca revelei a minha profissão por questões de segurança”, disse.
Segundo o policial, o tráfico começou a se instalar no local durante a Copa do Mundo de 2014. Eram bailes nas ruas, barricadas, vários homens armados circulando de fuzis e carros roubados.
“A situação ficou perigosa. Vendo aquilo, fiquei apreensivo por minha família, caso descobrissem a minha profissão. Não demorou muito e um vizinho me perguntou se eu era policial e disse que já estava todo mundo comentando. Imediatamente eu tive que sair, a minha esposa foi pra casa da mãe e eu tive que ficar no quartel”, conta o policial.
X chegou a ficar uma semana no quartel, inclusive sem ver a família. Foi durante uma ação da Caixa Beneficente da Polícia Militar no quartel de X, que a situação teve um desfecho feliz. Ao tomar conhecimento do drama do policial, o Presidente da Caixa Beneficente ofereceu ao policial e sua família um lugar para morar.
“Foi um alívio, pois realmente nós não tínhamos pra onde ir. Não tenho nem palavras para agradecer a CBPMERJ por essa ajuda. Se não fosse o trabalho feito pela Caixa Beneficente e toda essa equipe com a visão de ajudar o policial militar, eu não sei o que poderia ter acontecido. Sou eternamente grato”, disse X, que já tinha investido R$ 30 mil na compra da sua casa.