A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro está de luto. Nos últimos meses, dezenas de policiais militares foram mortos, seja no cumprimento de seus deveres ou em seus dias de folga. E essas mortes aumentaram ainda mais um dado alarmante para a população. Já passa de 60 o número de policiais mortos em 2015.
Isso ficou ainda mais evidente entre o final do mês de setembro e o início de outubro. Neste período, em apenas uma semana, tivemos no Rio de Janeiro cinco policiais militares assassinados. Entre esses casos, o mais chocante foi o do policial militar Bruno Rodrigues Pereira, da UPP Formiga. Ele foi brutalmente assassinado por traficantes quando fazia uma visita ao seu irmão. Após ser reconhecido pelos criminosos, ele foi amarrado e levou vários tiros nas costas. Depois, foi arrastado até a morte pela comunidade.
Após essa sequência de mortes de policiais militares nos últimos meses, o número de mortos em 2015 subiu para 61. E o medo e a violência é a rotina para a maioria dos policiais do país. Em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, feita em julho, 73% dos policiais militares tiveram um colega assassinado em serviço, enquanto 77,5% perderam um colega em seu dia de folga. Números alarmantes e entristecedores para a população.
O coronel Ibis Silva, subcomandante da Polícia Militar, se solidarizou com as famílias dos policiais militares. Em cerimônia realizada no último dia 21 de outubro na Alerj, onde o mesmo recebeu a medalha Tiradentes por serviços prestados a sociedade, ele aproveitou o momento para abordar as sequentes mortes de policiais militares no Rio de Janeiro. Este número resulta numa extrema indignação do coronel, que cobra e clama por mudanças.
“Eu fico muito triste com as seguidas mortes de policiais militares que vem acontecendo diariamente no nosso estado. Para se ter uma ideia, no Brasil morre um policial por dia e um brasileiro a cada dez minutos. Me parece que o estado de violência do Brasil, o estado da Segurança Pública brasileira chegou a um nível absolutamente insuportável. Ou nós criamos coragem e implementamos mudanças profundas no sistema de justiça criminal ou esse país vai mergulhar na mais absoluta barbárie.” Finalizou.